terça-feira, 17 de dezembro de 2013

E tudo começa em algum lugar: quando Lucy nasceu!!

Acabou que eu prometi que ia voltar no mesmo dia e não voltei tá vendo? Tenho que me lembrar que depois de virar mãe melhor é não prometer nada, que a coisa acaba se virando contra a gente.
Mas vamos ao que interessa
Pensando bem, acho que a maior culpada de todo esse falatório de blog é Lucy. Sendo assim, nada mais justo que ela ocupar a primeira postagem séria dessa casa certo? O nascimento da Lucy aconteceu de um jeito tão especial, que eu sempre tive vontade de deixar isso relatado de alguma forma, pra que eu nunca esquecesse de nenhum detalhezinho. Então vambora que essa é minha chance.
Quando eu e o Marcelo resolvemos que era hora de ter um bebezinho perambulando pela casa além da nossa labrador Vilma, eu concordei, mas não tinha tannnta certeza de que era a hora certa (como se a hora certa existisse né). Enfim, parei com o remédio, sem peso na consciência. Decidi assim, não vou ficar tentando, mas também vou parar de evitar, e seja o que Deus quiser. Seis meses depois Deus quis! Achava que era mentira esse papo de que a gente se apaixona já na hora que o exame dá positivo, mas não é que é verdade gente?? Pra ser bem maleável, pelo menos a preocupação já começa daí. Mudei meus hábitos alimentícios (deteeesto salada e todos esses grupos do gênero), aprendi a ser menos afobada e desastrada (quer dizer, isso eu tento até hoje), comecei a trabalhar um pouco menos, e por aí vai. Isso tudo porque, principalmente, eu tive um descolamento de placenta por volta da décima semana de gravidez. Fiz tudo que o médico mandou e deu tudo certo, depois de umas 5 semanas meu ultrassom já estava lá, limpinho, limpinho! Depois disso, só ficou o enjôo. Mãezinhas que não enjoaram, meu sonho era ser vocês! Passei os 9 meses em um estado constante de mau estar e vômitos, não importava o que eu fizesse. Era só eu levantar da cama, parecia brincadeira. E meu médico só sabia falar do meu peso (sendo que eu só engordei 10 quilos durante a gravidez). Inchei muito, meus pés viraram duas bolas, e eu dizia pra ele, mas Doutor, nada pára na minha barriga, todo esse peso é inchaço, e sabe o que ele respondia? Tá bom, papai noel também existe. Acredita? Bom, esse médico é um capítulo a parte.
Desde o início deixei bem claro que queria muito um parto normal. É uma vontade que eu sempre tive, e uma amiga, Júlia, a quem agradeço até hoje, fez questão de me dar inúmeras aulas sobre os benefícios do parto natural, antes mesmo de eu pensar em engravidar. Quero deixar bem claro que não tenho nada pra falar para as mães que optam pela cesárea, acho que cada mulher se conhece e tem o direito de decidir qual o caminho melhor para si mesma, estou aqui simplesmente para relatar uma experiência pessoal. A questão é que, hoje, no Brasil, estamos vivenciando um tempo em que temos extremos acontecendo. A mãe que é atendida através do sistema de saúde público não tem nem a possibilidade de opção por uma cesariana e por causa disso existem tantos casos de maus tratos e violência obstétrica acontecendo a torto e à direita, debaixo dos nossos narizes! Em contra ponto, as mães que possuem convênio, na maioria das vezes, se vêem praticamente obrigadas a ter uma cesariana. O que foi o meu caso.
Meu obstetra desde o início tentou me convencer de que a cesárea já não trazia mais problemas como antigamente, que a recuperação era rápida e todo esse blablabla. E pensa que era só com o médico que eu sofria isso?? Quando alguém vinha me perguntar como seria meu parto, tinha até medo de falar que queria normal. "MEU DEUS, PRA QUE?" A maioria das pessoas falavam. "Pra quê passar por essa dor se você tem convênio?" Parecia que eu estava falando que ia pular de cabeça no fogo. E pode ser bobagem, mas um único pensamento fez com que eu continuasse firme na minha decisão. Não era por causa da minha recuperação, ou por causa de mim, mas eu imaginava minha bebê lá quentinha, e de repente uma luz e uma movimentação em cima dela, e ela sendo forçado a sair sem saber o que estava acontecendo. Queria esperar a hora dela, a hora em que ela estivesse pronta, e queria que ela também participasse do processo, que tivesse um nascimento ativo, uma ajudando a outra, eu e ela! Balelas? Sei lá, mas acho que faz sentido. Em um determinado momento, já com umas 30 semanas, meu médico viu que eu não ia mesmo mudar de idéia, e então ele me disse. Você sabe que seu convênio não cobre anestesia para parto normal né? Levei um susto, porque também não sou de ferro. Queria muito passar por isso, mas morria de medo de não agüentar de dor. E se eu precisasse?? Ele me disse, "muitas mulheres vão até a hora, têm as contrações, e só depois de sofrer à beça é que percebem que não dão conta, e acabam tendo uma cesárea". Então eu pensei, pensei e disse: ah, quer saber?? Que se dane! Se mulheres fazem isso no mundo todo, porque eu não consigo??
Com 38 semanas ele disse que de qualquer maneira ia deixar meu parto agendado, porque não podia passar muito das 40 semanas. E assim foi. Minha cesárea foi agendada pro dia 04/12/2012, uma Terça feira. Com 39 semanas eu já estava desesperada pedindo, luuucy, eu sei que tá gostoso aí dentro, mas você têm que sair daí, ou vão te tirar na marra. Pra completar, eu desenvolvi hemorróidas, que foi um prato cheio pro meu médico me meter mais medo do parto. Na sexta feira que antecedia a data limite o medo tomou conta de mim. Liguei pra minha mãe. "MÃÃE você tem que me ajudar, eu preciso caminhar pra ver se essa bebê sai!" Fomos pro mercado, pro shopping, pra tanto lugar que nem me lembro... Cheguei em casa cansada, e ainda fui namorar meu marido (dessa vez por interesse porque ouvi dizer que isso ajudava!).
Fui dormir meio desconsolada, mas de repente acordei às 4:00 da manhã sentindo uma dorzinha na barriga. Fui no banheiro e nada! Voltei pra cama... A dor foi ficando um pouquinho mais forte e daí eu me toquei! Meu Deus, será?? Já estava tão descrente que na minha cabeça não podia ser verdade. Fui pro quintal de casa e fiquei caminhando e calculando os intervalos. Quando vi que estavam regulares chamei o Marcelo. "Acho que a neném tá nascendo!" Ele pulou da cama e eu fiz ele esperar mais um pouco pra eu ter certeza. No final das contas, certeza eu não tinha, mas a dor tava forte, então vambora pro hospital.
Cheguei lá às 7:20 da manhã, e pra minha surpresa não tinha nenhum médico pra me atender! Ninguém sabia aonde tinha se metido o plantonista e as meninas da enfermagem falaram que eu tinha que ir pra outro hospital fazer o toque. Isso porque era hospital particular ahn? Falei que não arredava o pé de lá, que meu médico ia fazer meu parto ali! Meu médico? Estávamos tentando ligar pra ele desde a hora em que saímos de casa e nada de ele atender. Depois de uns vinte minutos encontraram uma obstetra plantonista. Fez o toque e eu estava com 5 de dilatação! Ela disse, liga pro seu médico que vc vai ser internada agora. Quando o Marcelo finalmente conseguiu falar com ele, ele disse que o consultório estava lotado, e não ia poder ir. A plantonista faria meu parto. Fiquei tão indignada, mas minha felicidade de a Lucy estar chegando era tamanha, que não ia dar importância a sujeitos babacas como esse doutor. Deus escreve certo por linhas tortas, eu pensei, não deve ser pelas mãos de um mané desse que a Lucy vai vir ao mundo! Ao meio dia eu estava quase lá, com 8 de dilatação e a médica veio falar que iriam mudar o plantão às 13:00 hs, que não seria ela a realizar meu parto. Às 14:00 fui para o CO com dilatação total, e acreditem ou não, rindo pras paredes! Aquilo que estava acontecendo era surreal, e uma dor totalmente suportável! As técnicas que me receberam no CO disseram que, se toda mãe em trabalho de parto entrasse sorrindo assim o trabalho delas seria tãão mais gostoso... abro um parêntese aqui para tentar explicar um pouco do que eu sentia. Durante minha gravidez fiz um daqueles mini cursinhos para gestantes, e um dos médicos falou uma coisa que eu acho que tem sentido. Ele disse que a melhor forma de o parto acontecer de uma forma mais "fácil" (se é que é possível) e rápida, é a mãe trabalhar o psicológico para estar tranquila. Quando estamos com medo da dor que ainda está por vir, nossa mente age sobre o nosso corpo e acabamos travando. Como quando vamos tomar uma injeção sabe? E na hora do parto, devemos facilitar o trabalho do bebê tentando relaxar e liberando o caminho por onde o bebê vai passar. A preocupação só piora tudo. Por isso tentei pensar só no rostinho da neném, e tentei ficar o mais tranquila possível. Se bem que em certas horas isso era impossível, mas tudo bem.
Conheci minha obstetra. Era um anjo que Papai do céu me mandou. Sorrindo ela me disse: "sabe qual a proporção de partos normais para cesáreas nesse hospital? Três em cem partos são normais aqui. Vc fez a melhor escolha da sua vida!" Tive certeza que ela era perfeita pra conduzir meu parto naquela hora! Como eu já estava com dilatação mas a Lucy estava lá em cima, ela teve que estourar minha bolsa, e nessa hora a dor veio pra valer. Escutei até uma grávida na outra cortininha esperando sua vez de ir para o CC falando, "pq ela está fazendo isso meu Deus" rsrsrs. Nessa hora a Dra Alexandra veio me perguntar se eu queria anestesia. Eu respondi que meu convênio não cobria, e ela respondeu, como assim?? Quem disse isso, é lógico que cobre (Filho da mãe)! Então optei por tomar sim. O carinho da médica era tanto que ela ficou me abraçando como a uma criança na hora da injeção. Depois disso foi como se passassem uma água na minha dor e a médica ia me falando quando fazer força. Uns 15 minutos se passaram e lá estava a Lucy no meu braço gordinha, minha menininha guerreira.

Ela se esforçou tanto que teve que passar uma meia hora na incubadora para se recompor. Mas a sensação de acalentar minha bebê no colo depois de todo esse esforço da parte dela é única, acho que nunca vou sentir algo igual na vida.

Depois disso, no quarto do hospital, era um tal de funcionário do hospital entrando o tempo todo perguntando pela "estrelinha do andar". "É tão raro ter uma neném de parto normal nesse hospital que não podíamos deixar de vir conhecê-la".


Olhando pra trás eu vejo como foi tudo perfeito, tudo do jeito que eu sonhei, mesmo com esses pormenores no dia. Aprendi que ninguém conhece a gente melhor do que nós mesmas, e a força que existe dentro de cada uma, até nós mesmas desconhecemos.
Se eu encararia uma dessa de novo? Mais cem vezes, só pelo prazer de sentir novamente essa sensação gostosa. Só tem uma coisa. Dessa vez com a língua mais afiada pra bater de frente com médicos da laia desse obstetra de meia tigela que me acompanhou.
À doutora Alexandra, meu MUITO OBRIGADA! Tenho certeza de que tanto eu quanto a Lucy vamos colher benefícios do teu carinho a vida toda.
Geeeeente, como eu falei! Olha a hora! Esse assunto dá pano pra manga né? Falei desse tanto e ainda pulei um monte de partes! Desculpem a tagarelice, mas não teve como evitar! Foi tanta felicidade pra um dia que uma postagem só não bastava... Depois disso era só me exibir e ficar mostrando pra todo mundo, "olha aí pessoal, fui eu que fiz"!


Bjoocas gente!

Michelle Vargas


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Devidas apresentações =D

Bom dia galera, tudo bom?

Hoje acordei pensando no que escrever aqui. Puxa, essa coisa é um pouco viciante né?! Vim para o trabalho conversando com o meu marido e falando a respeito de como os blogs me ajudaram e me ajudam até hoje nos meus momentos de dificuldade e dúvidas com a Lucy. A troca de experiências e as dicas de quem é mãe me ampararam muito muito mais do que qualquer artigo científico ou informações técnicas que a internet poderia prover. Por exemplo, pense em uma mãe que sofreu com as cólicas da filha! Em momentos que eu sabia que não poderia fazer mais nada do que chorar junto com minha bebê, entrava em blogs de mães desconhecidas, que sem nunca ter me visto, sabiam exatamente o que dizer para me confortar e fazer eu segurar as pontas!
Percorrendo esses mesmos blogs hoje (agora que eu quero começar o meu) estou percebendo que me faltam anos luz pra chegar ao patamar e à qualidade dessas mamães blogueiras! Principalmente porque, como sempre, estou beemm perdida sobre por onde e como começar. Mas calma calma, força na peruca que eu chego lá.
Bom, mas como educação se aprende em casa e minha mãe se esforçou bastante pra eu pegar direitinho essa parte da vida, eu preciso me apresentar pra vocês pra que possam pegar um pouquinho de  confiança em mim né? Olha aí eu e minha family:

Vou mostrar também a Lucy com meu sobrinho super fofucho que nasceu dez dias depois dela:


Esses somos nós! Hoje ainda dou uma passadinha pra deixar alguma coisa legal, juro!
Té mais.

Michelle Vargas

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Entra, senta aí! Aceita um cafezinho?

Oiê gente!

É minha primeira vez NA VIDA escrevendo em um blog, e estou super emocionada! É tipo assim, como escrever um livro. Vocês devem estar pensando em porque o nome do blog dessa louca se chama Mãe Perdida. O problema é que o nome retrata exatamente minha vida neste exato momento, perdida, sem saber o que fazer da vida, em todos os sentidos, todas as vertentes deu pra entender?? Acho que não né? Mas enfim, pensei, pensei, e resolvi que precisava dar o primeiro passo para solucionar minhas indecisões. Mas como faria isso?? Então me veio uma luz... FAÇA UM BLOG! Sim sim, porque daí eu não pensaria sozinha, teria um montão de mães solidárias pra compartilhar suas próprias experiências e então eu acabaria encontrando meu caminho... será?
Bom, deixa primeiro eu me apresentar. Meu nome é Michelle, tenho uma filhota que é (sem querer parecer babona demais) a melhor coisa, mais bonita e mais gostosa que já aconteceu na minha vida, a Lucy, e tenho um marido espetacular, que me ajuda, me entende e me faz rir, tudo junto. Até aí, tá tudo ótimo. A questão é: porque ninguém avisa a gente, que depois da barrigona, tudo vira de cabeça pra baixo nas nossas vidas?? Aliás até avisam, mas a gente não dá o menor crédito né? Aí entra a parte do perdida. Tudo que era regular na minha vida antes, agora está insuportááável de aguentar, como o simples fato de levantar de manhã para ir trabalhar. Trabalho de 8 às 18, e antes de ver, meu bebê fez um ano. Ela fica com a vovó, mas me bate um ciuminho saber que minha mãe acompanhou mais de perto o dia a dia de Lucy do que eu! Sei que as mamães que trabalham me entendem bem nisso, e aquelas que podem ficar em casa, por favor não me julguem. Trabalho com horário marcado por necessidade, e não por prazer! Por outro lado, gosto de trabalhar, de ter o meu lado independente sabe, mas queria tanto achar uma coisa que me desse um tempo mais livre! Engraçado que depois que a gente vira mãe, a gente encontra um monte de talento que não sabia que tinha, já virei professora de inglês, artesã, produtora de festinha e mais um monte de coisas! Taí, uma coisa que podiam me ajudar né? Arranjar uma profissão nova pra mim rsrs.
Caramba já escrevi demais, vou deixar um pouco pro post de amanhã.
Valeu gente, obrigada por me emprestarem seus ouvidos (ou olhos) pro meu desabafo.
Bjuuu

Michelle Vargas