terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Quartos de bebê SUPER originais

Você que é gravidinha, ou tem um bebê novinho em folha em casa, veja se já passou pela seguinte situação: você comprou aquela revista de decoração para planejar o quartinho do seu filhote, feliz da vida achando que ia fazer e acontecer, e se deparou com quartos ultra mega lindos, PORÉM... todos com um ponto em comum. Inacessíveis. Não estou falando de um "caro" normal, estou falando de um "você só compra se for estrela da Globo" caro. Tipo, só mamães com um fundo de poupança bem grande, ou ricas mesmo, conseguem adquirir os materiais necessários para obter um ambiente lindo daqueles. Pensando nisso, a inspiração pra este post veio enquanto eu estava passeando hoje pelo mundo encantado do Pinterest, e me deparei com um quartinho de bebê super lindo e fofo. Em suma, perfeito!! Mas o que me chamou a atenção não foi só isso. Quando comecei a pesquisar mais, percebi que colocando as mãos e a criatividade pra trabalhar, o resultado fica ainda melhor do que aqueles prontos, dos catálogos das superstars. Por que? Porque fica personalizado! Penso que em tudo que colocamos nosso esforço e nosso carinho adquire um valor especial. E isso não só pode, como deveria ser levado em conta ao planejarmos o ambiente aonde nossos bens mais preciosos vão passar a maior parte do tempo deles. Porque cada bebê é único, assim como cada mamãe tem sua própria personalidade para expressar e estimular seu bebê. Adorei tanto essas decorações que quase me deu vontade de ter outro filhote, só pra explodir a bomba de inspiração que invadiu meu ser. Quase, eu disse quase! A minha fissura por decorar vai ter que ir pros filhotes alheios mesmo. Então pra extravasar e pôr pra fora tanta fofura, eu decidi fazer uma seleção das melhores imagens (com suas fontes pra vocês verem na íntegra), e fazer com que as mamães deixem sua imaginação voar. Vambora!


Super descontraído, com cores vibrantes, e ainda assim, com a tranquilidade de um quartinho de bebê. Os quadrinhos diy na parede foram o #number1 pra mim! Essas molduras podem sem compradas em MDF bem baratas e decoradas do jeitinho que você quiser. Existe um milhão de tutoriais google afora, demonstrando como pintar e decorar molduras. No site da Creamylife, ele é mostrado em mais detalhes e com várias outras idéias com jeitinho de "feito em casa". 


Básico, e ao mesmo tempo tão sofisticado! Os detalhes deste quarto são a razão dessa impressão, e (tirando o mosquiteiro hiper chique), todos os penduricalhos são muito acessíveis . O ponto alto fica por conta das lanternas, que podem ser adquiridas em lojas de festas com preços ótimos, e dos quadrinhos na parede, que são papéis de Scrapbooking anexados em telinhas de pintura, ou retalhos de papel de parede. Ah, e atenção ao detalhe das cerquinhas do berço listradas. São fitas de Washi tape (que é tipo um durex desenhadinho) enroladas. As nuvenzinhas de chuva de algodão também ficaram um show. No próprio pinterest podemos encontrar tutoriais dessas fofuras. Lindo, lindo! Esse veio do site http://www.mundoovo.com.br/


Esse ambiente especificamente não tem muito DIY não. Mas o que me fez cair de amores por ele e destacá-lo aqui foi justamente a simplicidade dele. Com um visual super clean, sem precisar de muitos badulaques e apetrechos. Mas algumas sacadas fizeram toda a diferença. Por exemplo, geralmente queremos chamar a atenção pras paredes, mas aí a opção foi colocar as cores no teto. Deu super certo! A bandeirinha por trás do berço também está um charme só, e cá pra nós, não existe uma mãe entre nós que nunca fabricou uma bandeirinha quanto criança. Já tem muito tempo que as queridas bandeirolas deixaram de ser sinônimo de festa junina. Agora elas aparecem repaginadas e com um gostinho bom que nos traz lembranças da nossa infância. Tipo a "Melissa" e as "Havaianas" sabe? No nosso tempo só tinham duas cores, e hoje tem um universo inteiro, super fashions, Por isso, e por serem lindas, as bandeirinhas são muito bem vindas nos quartinhos de hoje! Esse e muitos outros você vê no http://www.glamoureglace.com/2012/05/casa-quartos-de-bebes.html,


Rusticão e muito fashion! Vários aspectos deste quarto nos lembram um espaço de adultos, mas ao mesmo tempo, o divertido está por toda a parte. A escada transformada em prateleiras no canto é uma sacada genial, já usada em várias casas. O penduradinho de origami no berço deu uma leveza e tanto no berço escuro, que eu adoro por sinal! Até as cortinas cruas caíram como uma luva nesse quartinho! Para ver mais, visite o http://www.twenty-somethingteacher.com/?m=1


Tá certo, essa aí não é bem a foto de um quarto! Mas é que, durante a minha pesquisa, essa belezinha dentro do berço já me atraiu! Mas calma, não foi só isso. Eu só queria muito mostrar esses bastidores com tecido no fundo. Reconheceu esses circulozinhos? Que a sua vizinha costureira usa? Tudo que você tem a fazer é escolher retalhos de tecido que combinam com o seu estilo e decoração, e encaixar neles. Como ficam lindos!! E super em conta também. O nome em MDF pintadinho de branco deu o toque final. Esse veio da Indulgy, e lá tem mais um monte de idéias pra você trabalhar com os Bastidores. 


Puxa vida! Essa aí é a exemplificação perfeita do "o menos é mais". Não precisa de mais nada. Seguindo a linha das letras em MDF, a inicial do bebê na parede fica linda, e os pompons de papel Seda pendurados a gente nem diz! Em breve vou trazer um tutorial (promessinha) de como fazer essas belezuras. Muito prático e suuper barato. Você gastaria uma média de 5 reais em cada um desses. Não dá pra ser melhor que isso! Fonte http://www.vintagegingerpeaches.com/2011/01/baby-girl-nursery.html


Fofuuura! O que eles fizeram aqui foi distribuir um arco íris de cores em cima de uma base neutra. Esse azul (que eu acredito que seja um Azul Tiffany) é maravilhoso. Dois destaques aqui: o primeiro são as almofadas. Que tal comprar tecidos de algodão, que são bem baratos, e com uma imensidade de estampas, para fazer capas para almofadas. Tê-las espalhadas pelo berço e no sofázinho deram um efeito lindo! O segundo destaque vai para os quadros. Você sabia que existem milhares de sites por aí, aonde você consegue baixar printables maravilhosos assim, de graça? Daí tudo o que você tem a fazer é emoldurar. Vamos concordar que o resultado ficou original e lindo além da conta. Mais detalhes no spearmintbaby.


Esse é para os pais alternativos. Quem foi que disse que quartinho de bebê não pode ser preto! Tudo que eu disser é dispensável, o quarto fala por si só. Pompons de seda no teto, escadinha de prateleiras, florzinhas de papel na parede, quadrinhos de printables, até um móbile de bolinhas de isopor pintadas. Ele esbanja criatividade pra todos os lados. Outros modelos de quartinhos pretos tão lá no Buzzfeed.


Novamente, uma sofisticação que por detrás das linhas, é na verdade muito simples. O mesmo tecido que foi utilizado nas cortinas, foi pra manta, almofada e trocador. As molduras também foram parte principal para o sucesso desse quartinho. O cinza com o azul turquesa está muito em alta, e tudo neste quartinho está em harmonia. As bandeirinhas e as nuvens também são detalhes que fizeram toda a diferença. Esse tá no blog Fraldas e Rabiscos.


Tá todo mundo cansado de saber que eu sou louca por papéis de Scrap. Mas taí o porquê. Eles são versáteis demais! Não servem só pra scrapbooking. São bons até mesmo pra decorar paredes! Os papéis estão inteiros aí. São colados com cola branca na parede, e no fim é só passar um spray de verniz pra não estragar. O único problema disso vai ser na hora de tirar! Por isso, se você mora em uma casa de aluguél é um caso a se pensar. A inspiração veio de lushome.com.

Caramba, eu achei um milhão de espaços fofos para nossas crianças, mas se eu fosse colocar todos aqui esse post não ia ter fim. Por isso separei esses top 10, pra despertar nosso interesse em saber que nós, mortais, podemos também produzir um quartinho dos sonhos pros nossos pequenos. Como em "casa de ferreiro o espeto é de pau", eu mesma andava precisando de um estalar desses, porque eu ando devendo no quarto da minha Lulu. O pior é que agora ela está entrando na fase das personagens, e ela começou a mandar no espaço dela. Então corram meninas... aproveitem enquanto seus bebês estão na fase do Gugu dadá, enquanto a escolha ainda é toda de vocês. Isso não dura muito!

Beijocas mãezinhas!

Michelle Vargas 



sábado, 26 de dezembro de 2015

Letras em 3D - Tutorial

Hoje eu venho trazer um mini tutorial de uma coisa que anda fazendo um hiper sucesso nas festinhas infantis por toda a parte. As letras em caixa alta, ou 3D. São essas aí ó: 
Imagem retirada do Pinterest

Geralmente elas são feitas em alguma alguma máquina de corte, como a Silhouette, onde o processo é bem mais simples. Em miúdos, você pega um molde pronto, corta, dobra e cola. O corte já sai como essa letra: 
Imagem retirada do Pinterest

Essas máquinas são geralmente usadas por pessoas que, como eu, trabalham com artesanato e scrapbooking como meio comercial. Mas como o custo delas é um pouco elevado, a aquisição de uma dessas não vale a pena para fazer apenas alguns itens de uso pessoal.
Por muito tempo eu fiz essas letrinhas manualmente mesmo. O trabalho é muito maior, e o processo muito mais demorado, mas eu preciso dizer que acho a qualidade melhor, e vou explicar o porquê. A letra de corte digital é oca por dentro, por isso a sua durabilidade é muito curta, a não ser que você tome um cuidado extraordinário pra que elas não estraguem ou amassem logo.  Como manualmente eu não tinha como fazer o corte dos tracinhos pra uma dobra perfeita, eu precisava de algo para colocar internamente, que me servisse de base para cobrir com o papel, ou o tecido. Isso faz com que as letras não amassem e durem por muito, muito mais tempo!
Algumas pessoas gostam de usar o MDF, e realmente é a melhor opção, pelo fato de a letra já vir pronta, e cobrir qualquer coisa no MDF é muito mais fácil. O problema é o custo. Cada letrinha em um tamanho aceitável parte mais ou menos dos R$ 10,00. Se você adicionar isso a todos os outros materiais que você vai precisar usar, fica um pouco salgado. Talvez seja melhor comprar algo pronto, se o seu foco for uma festinha, evento ou algo assim. Mas é uma ótima opção se você estiver procurando fazer algo duradouro, como decoração de algum ambiente da sua casa. 
Bom, se você estiver procurando por algo dure bastante, e por um valor mais baixo, eu indico este post pra você. Depois de ver um tutorial a um tempão atrás, eu descobri um jeito de fazer isso com isopor. Claro, você precisa de um tempinho disponível, e principalmente, não ligar para a sujeira que você vai aprontar. Até hoje eu acho bolinhas de isopor pela casa. Mas o resultado final fica ótimo! Então vamos lá! Vou mostrar um pouquinho do processo do último nome que eu fiz pro 1 aninho da filhota de uma amiga muito querida. 
A primeira etapa é escolher o isopor que você quer trabalhar. Aqui eu falo em espessura. Existem um milhão delas. Não esqueça que quanto mais grossa a sua letra, mais papel você vai usar. Eu sempre uso o papel de Scrapbooking, por causa das estampas. Uma mais lindinha que a outra, e tem opções e cores pra qualquer estilo. O tamanho do papel de Scrap é de 30 x 30 cm, então geralmente se usa uma folha de papel por letra. Se você quiser gastar ainda menos, e fazer letras sem estampa, a melhor opção é a Cartolina Canson. É o que podemos chamar de um tipo de "cartolina gourmet". Ela é mais grossa que a cartolina normal, e as cores também são bem mais bonitas e vibrantes.
Escolhidos isopor e papel, precisamos escolher nossa letra. Não tente fazer a letra à mão. Pra uma simetria perfeita, melhor você imprimir a fonte e o tamanho que acha mais adequado para servir de molde. Eu geralmente uso a Arial mesmo. É básica e limpa, e fica boa pra qualquer situação. O tamanho vai depender, então isso eu deixo por sua conta. Corte sua letrinha e desenhe o molde por cima do isopor e dos papéis. Lembre-se que no papel você precisa fazer a frente e o verso.

Ok. O isopor precisa ser cortado com estilete, a partir do molde que você imprimiu. Tem que ficar mais ou menos assim:


Não tem problema se ficarem algumas falhinhas. O importante é não ficar muito desigual, ou você terá muita dificuldade na hora de colar o papel. 
Além dos moldes das letras, você precisa cortar umas tiras de papel, para cobrir as laterais. A largura dessas tiras deve ser um pouco maior que a grossura do isopor. Precisamos de uma folguinha para dobrar e colar, como na figura abaixo: 


Então se o seu isopor tiver 3.0 cm de espessura, corte o papel com uma largura de 4,0 cm. Uma folga de 0.5 cm para cada lado fica de bom tamanho. 



As letras mais retas, como esse I que eu mostrei aí em cima, são mais fáceis. Agora com as letras arrendondadas, o processo é mais chatinho. Na hora de dobrar a laterais, você precisa fazer vários cortezinhos, ou sua letra vai ficar toda quadrada e desigual. Olha como eu faço: 



Essa é a parte mais trabalhosa. Passando isso, tudo o que você tem a fazer é colar a frente e o verso dos papeis que você desenhou com o molde: 


Pronto. Suas letrinhas estão prontas. Ah, importante destacar que a cola deve ser cola para isopor. É a que adere mais facilmente, sem deixar o papel enrugadinho, como a cola branca faria. 
Nesse nome especificamente, eu coloquei uns detalhezinhos ao longo dele pra combinar com a festa. O tema era "Jardim". E ficou uma fofura! 



Os detalhes dão um charme, mas não são obrigatórios. Sem eles as letras também ficam muito legais. Já fiz algumas sem batulaque nenhum, e ficaram lindas do mesmo jeito. 




É, então é isso gente. Espero que tenha ficado bem explicado. Sou apaixonada nessas letras! Elas dão um Up e tanto na decoração, e não é nenhum bicho de 30 cabeças pra fazer em casa. Vambora colocar a mão na massa! 

Beijão pessoal! 

Michelle Vargas 





  

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Educação financeira infantil - A saga do cofrinho


Qual será a idade certa de começar a introduzir aos nossos filhos o conceito do "quem guarda sempre tem"? Eu acho que eu sempre fui uma pessoa mão fechada, pão dura, murrinha, por isso esse assunto é um pouco delicado pra mim. Pera, deixa eu me descomplicar um pouquinho... Eu só sou um pouco controlada demais... desde sempre. Lembro que, quando pequena, eu e meus primos ganhávamos um envelope com um dinheirinho da minha avó todo natal. Eu geralmente guardava o envelope até saber direitinho o que queria comprar. Minha mãe conta que uma vez já tinha se passado quase 1 ano do acontecimento, quando eu disse pra ela que queria um patins, E minha mãe falou pra mim: "mas filha, agora eu e seu pai não temos o dinheiro". E eu com a carinha cheia de triunfo disse: "mas eu tenho!! Tenho o dinheiro que a vovó me deu!" Essa economia me rendeu meu primeiro patins de não-bebê. Sem ninguém me ensinar, e até brigarem comigo por causa disso, eu costumava guardar cada centavo. Inclusive o dinheiro que ganhava pra comer no intervalo na cantina da escola. Mas sempre tinha um foco... comprar o presente de dia das mães, uma roupa ou um brinquedo, ir pro cinema com as amigas.
Cresci e a coisa não mudou... economizei um ano de dois trabalhos pra pagar casamento, economia depois pra comprar enxoval de Lucy e por aí vai. Tá certo que nem sempre sobra pra guardar as pratinhas, mas que vale a pena vale! Por causa dessa murrinhagem, eu ganhei o cargo de administradora do dindim lá de casa. Eu controlo (pra desespero do marido) o que entra na carteira e o que sai dela.
Esse ano, Lulu ganhou um cofrinho... Um usadinho em formato de casinha, acho que a vó comprou num brechó. Quando vi, meus olhos brilharam! Achei uma oportunidade e tanto pra Lucy começar a entender o valor de certas coisas. Sei que ela não está nem perto de entender na prática a diferença entre uma coisa barata e uma cara, mas ela poderia sentir o gosto de comprar algo que ela quisesse muito, com o próprio esforcinho dela. Sentei com minha pequena e expliquei pra quê servia a casinha. Disse que se ela guardasse todas as moedinhas que ela ganhasse, ela ia poder comprar um brinquedo, ela mesma, não a mamãe. E por incrível que pareça, com dois anos e meio, ela ficou super empolgada com a notícia e começou a procurar moedinhas. Pedia pra gente, pro vovô, quando recebíamos troco de qualquer coisa. E a gente dava uma forcinha, claro. qualquer moedinha que sobrava engordava o cofrinho dela. Já estávamos a uns três meses nessa novela, quando eu comecei a prestar atenção no que ela queria.
Já tinha um tempão que Lucy vinha namorando umas princesinhas da Disney que trocam o vestido. Sempre que colocávamos videos no youtube pra ela assistir, isso era tudo que ela queria ver. Um dia, ela foi na casa de uma amiguinha, e lá estavam elas. A bichinha ficou apaixonada. Meu coração não aguentou e no dia das crianças ela ganhou três. Quase morreu de alegria! "Tlês mamãe, tlês princesas!!!" Achei que o assunto tava resolvido, mas não... Agora ela via os videos e falava - mamãe, faltam essa, essa e essa. Vi que tinha chegado a hora de abrir o cofrinho. Contei as moedinhas e deram R$ 46,00. Chamei Lulu, mostrei pra ela o quanto ela tinha conseguido juntar e disse que naquele dia, a gente ia na loja comprar uma princesa com o dinheiro dela! Meu Deus, pensa numa criaturinha estática! Abriu um olhão: "EU vou comprar, EU??" Tiramos até foto do acontecimento: 

Chegando na loja, ela foi correndo pras princesas, e já pegou logo duas... expliquei que com o que ela tinha juntado, dava pra comprar só uma. Ela tinha que continuar economizando pra comprar as outras. Ela entendeu, escolheu a que gostava mais e me deu. Coloquei Lulu no colo, dei o cofrinho na mão dela, e fui pro caixa, Na vez dela, eu expliquei pra vendedora que estava ensinando a filhota a poupar, que ELA ia pagar pelo brinquedo dela. A vendedora fez uma festa só, pegou o cofrinho e perguntou: "Você vai comprar a sua boneca?" E ela com um sorriso cheio de orgulho disse: "Sim, e é uma princesa!"
A vendedora levou anos pra contar todas as benditas moedas, e foi ótimo o jeito como ela entrou no jogo. Quando Lucy recebeu a sacolinha na mão, ela não se cabia de felicidade. Saiu da loja realizada, dever cumprido! E eu mais ainda, porque acho que consegui passar meu recado pra cabecinha dela. Prova disso é que agora toda vez que o priminho diz que quer algum brinquedo, Lucy vem perguntar: "Pietro, você tá juntando suas moedinhas?" Pequenas sementinhas que valem pra vida inteira. Virou costume, o cofrinho não fica mais vazio. Pietro também entrou na onda, pede moedinhas pro vovô agora o tempo todo. 
Não queremos no mundo pessoinhas murrinhas como eu, mas criar crianças conscientes do valor das coisas e ensiná-las a se esforçar desde cedo para alcançar seus próprios desejos é um bem que fazemos não só pra elas, mas para os papais e para sociedade como um todo! Portanto, lição cofrinho: Recomendo! Dato, assino e carimbo! Ver minha filha passando do, "eu quero", pro "mamãe, temos dinheiro pra comprar?" e entendendo quando a mamãe diz que não, já é uma baita etapa vencida pra mim! O cofrinho foi o meu passaporte pra essa transição. E você? Qual vai ser o seu jeito criativo de ensinar seu pequeno a poupar?? Conta pra gente!
Beijos mamães!

Michelle Vargas

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Papai do céu...


Sou filha de pais pastores e cresci em igreja protestante. Por sorte, ou graças a Deus, meus pais nunca foram fanáticos, e mesmo que nossas idéias muitas vezes divergissem, eles sempre me permitiram andar meus próprios caminhos e me deram a opção de experimentar o que fosse necessário, desde que fosse saudável. Por causa dessa atitude deles sempre tive muito clara a ideia do amor de Deus, e nunca tive que sobreviver com a religião sendo um peso sobre os meus ombros. 
Hoje, com meus trinta anos percebo que nunca deixei os ensinamentos que tive quando criança de lado, mas algumas coisas mudaram sim dentro de mim. Como por exemplo o próprio conceito da religião. Com o tempo percebi o quanto a religião pode deixar de ser um guia, para se tornar um divisor entre as pessoas. A religião por si só tem tornado boas pessoas em pessoas preconceituosas, donas da verdade e melhores do que outros. De repente, apenas alguns têm direito a um acesso a Deus e a um ticket de entrada nos portões do céu. E de repente percebi que larguei a minha etiqueta escrita "evangélica" lá atrás, e troquei inconscientemente por uma com um nome mais bonito, mais simples: Cristã. É, eu sou cristã. Essa é uma verdade profunda e enraizada em mim. Mas ainda isso não me faz melhor do que outros. Isso é quem eu sou, e outras pessoas têm direito às suas próprias heranças, suas próprias escolhas. Uma das coisas em que acredito mais do que tudo, é que o coração de Deus é incompreensível para nós. Isso remete ao fato de que Deus não pensa como nós. Não é preconceituoso como nós. Isso mostra que Deus conhece nosso vizinho por dentro, enquanto nós nos preocupamos em julgar seu comportamento e suas crenças, colocando-o na balança com o que nós achamos que é o certo. A gente vê a cara. Deus vê o passado, os traumas, as desilusões, o porquê de tudo. Sabe o que é verdade ou mentira e vê o potencial das coisas se encaixarem.
Na minha adolescência eu resolvi que gostaria de me graduar em Relações Internacionais. O motivo? Queria trabalhar com o social, queria ajudar as pessoas. Queria trabalhar com terceiro setor, voluntariado, mulheres e crianças carentes. Queria viajar pela Onu, trabalhar com refugiados em países em guerra. Nem preciso dizer que fui me desiludindo enquanto crescia. As coisas não eram tão simples. A faculdade se encarregou de me mostrar a teoria disso, e a vida me jogou na cara que sem dinheiro e suporte você não sobrevive com uma causa humanitária. Afinal de contas você tem sua casa pra sustentar e suas próprias batalhas pra enfrentar. Mas o importante neste período da minha vida é que eu descobri quem eu sou. Descobri que a única prova do amor de Deus na vida de uma pessoa, é quando essa pessoa começa a sentir amor pelo seu próximo, pelo menos afortunado. Você começa a sentir o que incomoda o coração de Deus, e quer de alguma maneira fazer a diferença, trazer um pouquinho do céu pra cá!
Mas porque falar sobre isso em um blog materno? 
Quando estava grávida da Lucy pensava em como passaria questões sobre Deus pra ela. Não frequentava igreja (o que não me deixava mais longe de Deus) e pensava sobre qual seria a maneira certa de apresentá-la ao Papai do Céu. Pensei que a melhor maneira dela aprender na prática este amor era fazê-la andar junto com outras crianças mais necessitadas que ela, pra que ela pudesse amar essas crianças, querer brincar de roda junto com elas e crescer sem pré julgamentos, com um amor natural. Lembro como ontem, fechava os olhos e imaginava Lucy sentadinha na mesa pintando com outras crianças em nossa ong (meu sonho), conversando, como se não existisse nada mais normal. Ter esse amor de Deus espelhado na vida dela, no seu dia a dia. Pra mim, essa seria uma igreja perfeita. Uma escola da vida e do céu perfeita pra ela. 
Nossa ong ainda está no papel. Infindáveis projetos que ainda estão por acontecer, que ainda vão acontecer. Enquanto isso, ensinamos em casa. Ensinamos o amor e o carinho, em como nenhuma criança deve ser menosprezada ou tratada mal. Ensinamos a tratar os cachorrinhos com amor também, sem puxar seus pelinhos. Ensinamos o amor a qualquer forma de vida. E ela tem aprendido. Cuida de crianças e bichinhos com um carinho excepcional! Claro que com alguns deslizes de criança, não temos uma pequena Buda em casa. O junto com o amor aos outros está ficando mais fácil dela entender que ela tem outro Papai, além desse papai de casa, um que está escondidinho lá no céu, que tem o amor maior do mundo por ela, e que cuida de todos os seus passinhos. Que cuida de seus sonhos. Que não deixa ela ficar com fome, Que olha por suas amiguinhas. 
A oração pro Papai do céu a noite tem virado um costume. Não a obrigamos. Se ela diz que não quer orar hoje, ela não precisa. Mas muitas vezes, ela lembra antes da gente. Às vezes mamãe e papai oram, e ela repete. Às vezes ela ora, e nós repetimos. Às vezes nós começamos, mas da metade pro final ela se encarrega e toma conta das palavras. E que oração é mais doce do que uma oração de criança? Ela não aprendeu a pedir as coisas pra Deus ainda. E isso faz tudo ficar mais gostoso, porque 80% do discurso inteiro é: abençoa mamãe, papai, vovó, vovô, meu irmãozinho Pietro, tio junior, tia Bia, tio Digo, vovó Betinha, cacá, Fefê, Gigi, todas as minhas amigas, os cachorrinhos, os golfinhos, a Peppa, e toooodo mundo. Amém! A criança ora pelos outros. Só depois que crescemos ficamos auto centrados. O Eu, eu, eu, sempre vem na frente!
Bom demais também é a confusão:

 - vamo orar filha, repete com a mamãe: Papai do céu...
 - Não mamãe, é Papai Noel, não é Papai do céu!
 - É o Papai do céu Lu, papai noel é aquele outro gorduchinho.
 - Ah o de chapéu vermelho?? Mamãe eu vou querer de natal uma boneca e uma princesa..

Ou então

 - Papai do céu, manda seus anjinhos pra guardar o soninho da Lucy hoje a noite...
 - Não mamãe, eu não quero os anjinhos no meu quarto a noite, eu vou assustar! 

E por aí vai. Gosto de pensar que estamos colocando a sementinha, um fundamento... mas o desenrolar e a história dela com o seu Papai do céu, é ela mesma quem vai escrever! Esperamos que seja como a Lucy de Nárnia, sem medo de abraçar e cheirar a juba de Aslam, com toda a intimidade que só mesmo uma criança pode imaginar que tem. Nisso ela nos ensina. A inocência dela e o desapego dela nos ensina. Sem religião, sem entender bulhufas de evangélico, espírita, ou católico, mas com amor nos olhos. O que basta pra Lucy amar outra criança, é essa criança estender a mão e levá-la pra brincar. Amor simples e verdadeiro. É um amor que reflete Deus.

Beijos pessoal!

Michelle Vargas 



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Festinha de 1 ano do Tigrão

Essa foi uma festinha bem linda para o bebê mais fofo do mundo, fofo igual o Pooh! Mas o bebê em questão é mais original! Nada de Pooh. Ele gosta é do Tigrão! Então vamulá... contexto: 
A festa era da Lulu, a  festinha das borboletinhas que eu postei aqui neste querido blog. Uma amiga, super amiga foi uma das convidadas e ela gostou muito da decoração... final da história? Confiou em minhas mãos o primeiro aninho do filhote dela. Só que o primeiro aninho do Ravi, seria também a primeira festa que eu decoraria para outra pessoa, off-family! Adorei de cara a idéia, porque como sabem, eu não sou muito a favor de festas prontas, iguais a todas as outras! Temos um zilhão de festas do Pooh, mas e o coitado do Tigrão?? Por isso me empolguei na mesma hora.
Conversando achamos várias idéias lindinhas pra festa, e a execução tava indo super bem, mas quando chegou na véspera da festa, meu Deus :O! Percebi que sou ótima em planejar e executar os produtos, mas espalhar a decoração em si, seria um baita desafio! Pessoa completamente sem noção de espaço, sou eu. Graças aos céus, veio ao meu resgate uma super força tarefa. Minha amiga Aline, que já foi comentada neste cantinho, a minhas outras friends, Desirée titia do Ravi, e a própria mamãe Taiane! Sem elas a festa não teria saído, seria uma tragédia e eu estaria com cara de tacho. Mas como 4 cabeças funcionam muuuito melhor que uma, no final deu tudo certo, e o bebê Ravi teve sua festinha diferente, linda, fofa, original... assim como ele! 

As cores escolhidas foram laranja, marrom e preto. Essa era a vista pra quem acabava de entrar no salão.


Esse foi o fundo da mesa principal. O salão já tinha uma parede laranja, o que coube como uma luva pros nossos planos. Fizemos uma cortininha com Corda Rami e bolinhas de cartolina. 


Os pompons ficaram um show! Fiz os pompons e azamigas ajudaram a colocar, porque eu não fazia idéia! Mas ficou bonitão, dá uma olhada: 


A mesa ficou uma gracinha! A toalha de mesa era da vovó do Ravi, e ficou uma beleza com o tom rústico da festa. O bolo e os docinhos foram proezas da outra vovó, Eu me encarreguei dos Toppers, tags, arvorezinhas e o nome em caixa alta. 



Na mesinha lateral foram mais docinhos.




As mesas dos convidados ganharam como centro, frufrus de lã! Eu achei a idéia, mas o crédito vai totalmente para as meninas! Elas colocaram a mão na massa e ficou perfeito! 



Cada mesa ganhou também um portinha retrato com alguns dizeres da turma clássica do Pooh. 



A mesa de lembrancinhas ficou bem na entrada. Aline trouxe alguns móveis e arranjos para colocar as coisinhas em cima. As prateleiras ganharam os saquinhos de lembrancinhas da turma que fizemos. As latinhas de metal ganharam umas tirinhas de scrapbook, e colocamos várias máscaras dentro pra criançada se divertir. Dentro da cestinha alguns frasquinhos de bolinhas de sabão. 




Bom, é isso gente! O maior intuito deste post foi agradecer pela paciência da mamãe do Ravi ao lidar com meu amadorismo rsrsrs, e pela boa vontade das três amigas mais lindas em me ajudar a ir até o fim com esta festinha. Foi muito mais do que uma ajuda, foi uma parceria que só as melhores amigas podem oferecer. Por causa disso eu devolvo todo o meu carinho através dessas palavras. Valeu mesmo meninas! 
Agora todos os olhos da festa foram para o nosso Tigrãozinho Ravi (tava vestido de tigrinho mesmo). O que me faz mais feliz é saber que eu pude contribuir pelo menos um pouquinho pra esse pedacinho da sua história! 
Valeu pessoal! Com todos esses posts sobre meninas que eu tenho publicado é bom ter um pouquinho de festa Hombre (mais ou menos né) nesse blog! Tomara que ajude algumas mamães! 

Beijocas! 

Michelle Vargas











quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Princesas

Estava outro dia assistindo à Branca de Neve com Lulu. Ela ama! Está naquela onda "princesas", e oitenta por cento do que sai da sua boca durante o dia é faz de conta. A fantasia vai beeem longe. Ao mesmo tempo que quer escolher o vestido perfeito para o baile, quer achar a saia perfeita pra apresentação de ballet. A platéia? Claro que são as bonecas... e a mãe. Não posso reclamar, ela é filha de peixe. Desde que consigo me lembrar, sempre fui apaixonada por contos de fadas. Até hoje!! Mas é engraçado quando você começa a ver as coisas sob outro ângulo: o olhar de mãe. A insanidade é tão grande que começamos a nos preocupar até com a influência que as princesas estão efetuando sobre nossas pequenas. 
Não estou dizendo que já quero enfiar na cabecinha dela idéias feministas, esperando que um dia ela saia nas ruas fazendo Topless pra desbancar os homens... Mas pelo amor de Deus! Também não quero que a Lucy cresça sob um esteriótipo de que tem que ser linda, perfeita e delicada pra ser bem aceita, ou achar seu príncipe! Encucada com isso, comecei a prestar atenção em cada uma das trocentas princesas que a Lucy é fanzoca.... em beleza a coisa não muda muito, cada uma é uma Miss Universo. Até a Fiona é fofinha, vê só!! Mas em atitude... parece que não foi só eu que andou esperando por uma repaginada. Os bambambans dos contos de fadas - Leia-se essencialmente: Disney - andaram percebendo que a sociedade, e principalmente as mulheres, vem mudando, e muito. Falando nisso então, vamos voltar ao início:
Estava vendo Branca de Neve. Sempre fui apaixonada por ela! Mas de repente me veio: Caramba, como ela era Amélia! A ponto de brigar com os esquilinhos que varriam pra debaixo do tapete: não,não,não,não. Isso não se faz! Vamos cantar enquanto limpamos a casa, pros males espantar... limpando pra 7 anões, enquanto espera-se pelo príncipe! Consigo ler sua mente agora: nossa, que mulher paranóica, é um simples desenho! E pensava assim também, antes de perceber como cada desenho se adequa (mais ou menos) à sua época!
Então façamos um paralelo entre as princesinhas clássicas e as novas... Tente agora comparar o comportamento entre elas, Há algum tempo atrás, não tão distante assim, a menina era treinada para seguir a exemplificação perfeita de uma Aurora: delicada, colhendo flores! Mas hoje, isso já não basta... as flores ficaram de lado. Uma princesa precisa ser forte e inteligente... a imagem de um príncipe ao seu lado já não conta muito... Importante, mas não essencial. Essa é a mulher atual, como vemos por aí mais e mais! Os dois lados tem seus pontos altos e suas imperfeições! Sei que estou tratando deste assunto talvez com um pouco mais de seriedade do que o necessário, mas se isto tem sido uma parte tão importante do dia a dia da minha filhota, me interessa e muito... então que tal analisarmos essas princesinhas ideais mais de perto, pra saber o que passa na cabecinha de nossas princesinhas reais?


A primeira princesa Disney foi lançada em 1937. Não é a toa que já em sua primeira cena apareça sonhando com seu príncipe encantado, talvez a única escapatória para sua vida oprimida pela madrasta. Assim que o vê porém, sai correndo, tímida e assustada. Entusiasta da uma booa faxina (como minha mãe), sonhadora e linda. Nossa querida branca de Neve deixa todas as nossas vovós dizendo: não se fazem mais princesas como essa! Ah, só mais um fato curioso: Branca de Neve tinha 14 anos!


Cinderela veio logo a seguir, e sua personalidade e trama não muda muito. A esperança de mudança em sua vida está em seu casamento. Treinada para não levantar a voz para seus superiores, que dirá se rebelar com a injustiça que lhe é implantada! Por fim, é transformada em uma linda princesa por uma fada madrinha, e assim consegue impressionar seu príncipe!


Aurora é a princesa clássica que menos aparece em sua própria história! Sua vida foi conduzida por outros desde o berço, com o casamento arranjado e o destino traçado com o desfecho em uma roca. Sua aparições são poucas, mas ainda assim podemos notar sua personalidade extremamente parecida com a de suas parceiras anteriores.


Aqui a coisa começa a melhorar um pouco! Ariel surgiu apenas 30 anos depois, talvez essa seja a causa de mudança de comportamento. A sereia rebelde foi minha preferida, fui ao cinema 4 vezes assistí-la quando criança. Essa é uma princesa mais ativa, que corre atrás de seus objetivos... Tudo estaria muito bem, se não fosse por um sórdido detalhe. Seu único objetivo é um príncipe. Sempre foi apaixonada pelo mundo dos "trouxas", mas o que a faz seguir adiante e derrubar as barreiras é o amor! Por ele, ela fica muda, perde a cauda, se submete a incríveis aflições, podendo ainda ser trocada no altar pela bruxa do mar! Ufa! Ainda bem que acaba tudo bem: ela casa! 


Agora definitivamente os clássicos deram um Up! Bela é uma menina do interior, mas muito inteligente, leitora ativa e inconformada com a pequenez. Recusa o partidão da vila, indo contra todas as outras. Tem coragem para resgatar seu pai, e sem buscar isso acaba se tornando uma princesa, sem querer. Não tenho muito o que falar dela. É uma boa menina essa Bela! 


Agora, que tal um twist pra apimentar as coisas? Pela primeira vez na história, é a princesa que vem naturalmente da nobreza e se apaixona por um plebeu. Até que enfim é a vez do homem se desdobrar para provar que é digno da atenção da garota. Com um olhar astuto e avaliativo, é provavelmente a princesa mais perspicaz que a Disney já havia produzido até este momento.


Se existe uma coisa que o pessoal da Disney é mestre, é em adaptar contos folclóricos (alguns bem sombrios) e histórias comuns em contos de fadas lindos e maravilhosos. Pocahontas é o primeiro longa que é baseado vagamente em uma história real. Seguindo com as primeirices, Pocahontas também é a primeira princesa a não terminar ao lado de seu "Príncipe". John Smith precisa voltar para Inglaterra ao final do filme, mas obviamente os dois se separam ainda apaixonados Em Pocahontas 2, o espírito livre da menina é evidenciado ao se apaixonar por outro rapaz... John Smith acabou como carta fora do baralho! 


É... acho que Mulan foi um divisor de águas. Disney andava cheia de dedos com a modificação das personagens a longo prazo, mas aqui decididamente chutaram o pau da barraca! O longa vem de um poema chinês - A balada de Mulan - do século VII, e mesmo não sendo princesa, é claro que nossa heroína subiu no ranking pra chegar ao seleto grupo  das demais. Em uma China extremamente machista, aparece uma menina cheia de ideais, coragem e teimosia, o suficiente para desbancar uma tropa inteira de homens! Sem vestidos frufrus e fadas madrinhas, a Mulan vem para gritar que não existe diferença entre os gêneros no que diz respeito a inteligência! Agora a coisa tende a melhorar!


Nossa baixinha Rapunzel é muito mais do que se mostra. Ela relembra um pouco as antigas princesas, com seu jeitinho delicado e obediente. A sua primeira cena como adolescente a mostra limpando a casa, como nossa matriarca Branca de Neve. Mas não existe só isso nela... ela limpa, cozinha, lava... mas também pinta, lê, joga xadrez, estuda astronomia, costura, dança, enfim... ou é muito tempo livre pra se aplicar nisso tudo, ou temos uma pequena prodígio dando as caras! Aventureira e doce, segue seu ideal até o fim, ganhando como bônus um Flynn Rider pelo caminho! Tá bom né? 


Outro breakthrough! Tiana vem como a primeira princesa negra e a primeira a trabalhar fora de casa! Aqui temos uma garota amorosa mas também ambiciosa. Tem seu orgulho, e espera conseguir seus objetivos através de seus próprios esforços. Ela e Mulan andam juntas com certeza para o prêmio de princesa mais batalhadora! 


Quem assistiu "Valente" esperando romance levou um tapa na cara! Nenhum beijo, nenhuma sombrazinha de flerte no longa inteiro! É a primeira princesa Disney a não se apaixonar por ninguém... exceto por sua mãe (amo). O filme teve suas pequenas batalhas desde antes do lançamento. A criadora original de Valente, Brenda Chapman, deixou a direção do filme faltando um ano para o lançamento alegando diferenças criativas com a Disney, e dando seu lugar para um homem, Mark Andrews. Merida ocupou seu lugar entre as princesas, mas seu perfil foi um pouco modificado, com mais curvas e um decote maior. Com isso, ouvimos de Brenda: "Merida foi criada para dar às menininhas um exemplo de vida mais forte, algo com substância, e não apenas um rostinho bonito esperando por um romance." Sobre as alterações no perfil de sua criação Brenda ainda acusa a Disney de "marketing descaradamente machista e baseado no dinheiro.". Irc! 


Daí temos essas duas figurinhas contemporâneas! As princesas de nossos dias. Nesse aí a Disney não abriu espaço pra erros... tem pra todos os gostos! Elsa, uma rainha responsável, firme, forte, sem uma sombra masculina para lhe dar forma. E daí vem a Anna, uma princesa tão incomum nos nossos dias (irônico não?) romântica no último nível e sensível, mas ingênua. Só que, como Rapunzel, ela não se resume a isso. É desajeitada e aventureira, e coloca sua irmã a frente de qualquer romance. Essas duas mostram que, seja qual for a personalidade da princesa atual, o conteúdo é muito mais importante do que uma carinha bonita. 


Fazendo este post porém, me veio uma descoberta. Hoje as crianças sabem mais! Sabem melhor que nós quando tínhamos sua idade. Os desenhos não são mais superficiais, têm um contexto coerente e perspicaz. A mesma história que traz entretenimento para uma criança de 4 anos, surpreende um adulto de 30! Com isso, eu não consigo decidir se o poder de influência de um personagem se torna maior ou menor. Considerando que na nossa época (quando falamos "na nossa época" sabemos que estamos velhas) o marketing e a publicidade não tinham essa jogada tão apelativa como temos hoje, podemos supôr que seja maior. As princesas antigas deixaram de ser antigas, foram renascidas! E hoje elas vem como um furacão, trazendo um padrão estético para a mente de nossas pequenas como nunca antes! Eu me lembro de assistir a todos os filmes da Disney quando criança, mas não me lembro de uma exposição massiva como a que temos hoje em torno das princesas, com brinquedos, propagandas, desenhos abertos, jogos e sei lá mais o que.. é mais ou menos como uma lavagem cerebral! 
Ainda bem que temos um leque de princesas suficientemente variado para que elas tenham uma favorita que se adeque com sua própria personalidade. Sem influências abusivas, seja proveniente dos canais de comunicação, seja proveniente de nós mesmas - porque nós mães temos essa mania besta de tentar moldar nossos filhotes a certos padrões. 
Mas o que eu sei com certeza é que a inteligência de nossas crianças hoje em dia não deve ser subestimada. E lá no fundo, beeeem lá no fundo, eu sei que eu - junto com todas as mamães do mundo - se preocupam demais a toa, fazendo tempestades em copos d'água. 
O importante é dosar! A menina pode ser princesa, mas também pode ser uma heroína nas horas livres. Pode passar uma tarde se embelezando, mas também pode ter o joelho preto de sujeira (eu tinha). Pode ser feminina sem ser menos esclarecida de seus direitos e de sua capacidade de ir além. 
Pra fechar meu raciocínio, tem um vídeo que está rodando pela net já tem algum tempo, e que tem causado bastante polêmica. Eu achei a idéia genial, e gostaria de compartilhar aqui com o intuito de tentar reassegurar meu ponto de vista! Eu não to doida não gente! 


Se minha filha aparece com uma boca suja dessa, ela leva uma pêa, ah se leva!!  Mas vale a reflexão. Porque nossas pequenas são bem mais do que simples princesas. Elas são nosso futuro! Incrivelmente ainda hoje, não existe um só país em que não exista mais nenhuma forma de desigualdade entre os sexos. Por isso, está em nosso encargo ensiná-las a não serem rasas. O conceito de superficialidade nunca é bom, independente da idade. Sem desfazer a fantasia, a beleza e a inocência da cabecinha delas, podemos guiá-las por um caminho de reafirmação em que elas possam se sentir seguras e aptas a se superarem, sendo da realeza ou não. Sendo casadas ou não. Tendo os melhores vestidos ou não. Tendo a expectativa tangível que a vida delas será doce, mesmo que não seja um conto de fadas. Sendo apenas meninas, assim como elas são.

Beijão pessoal!

Michelle Vargas